Monte logo num Poneicórnio
Nem sempre a startup dos seus sonhos vem em forma de unicórnio. As vezes é na forma de pônei mesmo. E sim, isso pode ser muito bom!
Quase todo empreendedor sonha em montar seu próprio unicórnio. O problema disso é que ele não percebe que, na maioria das vezes, o bichano passando selado do seu lado, na verdade, é um… pôneicórnio.
Spoiler: No próximo e-mail vou contar um pouco da minha viagem a San Francisco. Prepare-se para comentários, roteiros e tudo aquilo que for absolutamente fora do convencional.
Avisos curtíssimos da semana (pode pular se quiser)
Essa é a terceira newsletter da série. Caso ainda não tenha lido, deixe as anteriores abertas em alguma aba clicando em:
Se você curtir esses envios semanais, saiba que você também pode prestigiar essa newsletter com U$2,50/mês ou U$30/ano =)
Ok, o que é um pôneicórnio?
Como esse termo foi cunhado por mim (até onde sei), vou tentar explicá-lo e dividí-lo em dois caminhos mais comuns que esses pôneicórnios acabam seguindo:
Pôneicórnios são empresas de base tecnológica (startups) que, embora sejam escaláveis, lucrativas, exemplo e inspiração para o mercado, dificilmente alcançarão um valuation igual ou superior a U$1bi ou farão seu IPO algum dia.
Os pôneicórnios, igualmente, optam por dois caminhos diferentes e mais comuns entre eles:
O chamado lifestyle business, onde o objetivo do pôneicórnio é se manter ali com não mais que 50-100 funcionários, faturamento de 3 a “poucas” dezenas milhões por ano pelo máximo tempo possível (10, 20, 30 anos); ou
crescer o pônei ao máximo possível ao ponto de um grande candidato a unicórnio (ou um propriamente) apareça, faça uma proposta irrecusável e o absorva.
Daqui pra frente, vou focar mais nesse segundo caminho, tudo bem?
Pôneicórnios pela América
Nos corredores de San Francisco, dizem que vários pôneicórnios são vendidos “toda semana". Esses “bichinhos” saem por uma “bagatela” média de U$30 milhões.
Esses pôneicórnios são tão comuns e o seu valor é tão “corriqueiro” por lá que quase não vemos notícias de destaque a respeito deles.
Pra você ter uma idéia, dá uma olhada na evolução de vendas de startups SaaS no mercado americano e como isso pode fazer algum sentido pra você:
2011: 45 vendas num valuation médio de U$85MM;
2012: +14 vendas num valuation médio de U$7.7MM;
2013: +20 vendas num valuation médio de U$10.3MM;
2014: +31 vendas num valuation médio de U$21.6MM;
2015: +39 vendas num valuation médio de U$5.9MM;
2016: +62 vendas num valuation médio de U$16.1MM;
2017: +43 vendas num valuation médio de U$22.5MM;
2018: +44 vendas num valuation médio de U$43.6MM;
2019: +9 vendas até o momento num valuation médio de U$52.5MM.
Fonte: TNW Index Top 50 Acquisitions in SaaS from 2011 to 2019
Os pôneicórnios tupiniquins
Num país de capital extremamente escasso, raras aparições de empresas na bolsa de valores, recém aparecimento de meia-dúzia de unicórnios no mercado, talvez seja uma boa aposta montar num pôneizinho, viu?
Startups no Brasil é um bicho muito diferente. Aqui, o normal é nascer com modelo de negócios bem definido, faturando desde cedo, caçando desesperadamente o breakeven caso contrário é caixão certo em cemitério de indigente.
Como a realidade do país não é ver startups fazendo IPO como nos EUA, por exemplo, os investidores, para ter algum alento, alguma luz no fim do túnel, precisam enxergar essas “compras e vendas” comendo solta por aqui.
E, ainda bem, elas estão rolando e crescendo! Yeah!
Temos vários exemplos bem recentes de 2019, como a TotalVoice pela Zenvia, Beved pela WIS Educação, Hiper pela Linx, SignUp pela Netshow. Em 2018 tivemos a Plug CRM adquirida pela Resultados Digitais e outras dezenas.
Se puxarmos no Dealbook.co, dá pra ver que as aquisições de pôneicórnios no Brasil vão bem e seguem crescendo.
Na minha opinião portanto, vale a pena pensar num negócio lucrativo, que para de pé e que, apesar de não ter aspirações para um IPO, poderá sim ser absorvido por outra startup ou empresa por um bom valor.
Pôneicórnios são uma realidade possível
Eu sei que tem uma glamurização enorme em cima de unicórnios, etc e tal, mas imagine se seu negócio fosse comprado aqui no Brasil mesmo por, sei lá, R$5-10 milhões?
Sendo bem honesto, eu tenho quase certeza que a maioria dos investidores anjo (e aceleradoras) brasileiros ficariam sorrindo de orelha a orelha se suas investidas fizessem mais saídas desse porte a deixá-lo no spray and pray pelo tão aguardado unicórnio pra pagar o investimento feito em todas as outras startups.
Pra fechar, meu intuito não é tirar seu apetite por unicórnios. Um pôneicórnio pode ser na verdade a sua porta de entrada para um grande unicórnio no futuro, já pensou?
Não tenha medo ou vergonha de montar num pônei. Ele tem seu charme e, ao que tudo indica, um ótimo valor.
Leitura da semana
Eu gostei muito de um longo artigo sobre Product Led Growth, escrito pelo Gabriel Costa, ex-RD e atual Marketing/Growth da Singu, do Tallis Gomes. Vale separar tempo para essa leitura e acompanhar o Gabriel no LinkedIn.
Evento para marcar na agenda
O pessoal do Enotas está organizando um evento online bem massa sobre SaaS. É o SaaS Week! Empresas como SEMRush, Rock Content, a própria VidMonsters, Hotmart e muitas outras! Confere aí que é de graça, beleza?
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