Assine
Startups

Exclusivo: Criadores do Viva Real investem em app que melhora compra de imóvel

A AoCubo criou um aplicativo para selecionar quem deve atender um possível comprador de imóvel: o corretor ou um robô

audima
|
Mariana Fonseca
audima
Thais Cancian e Ronnie Sang Jr., da AoCubo: mais de nove mil corretores e 80 mil unidades à venda no aplicativo (Foto: AoCubo/Divulgação)
Thais Cancian e Ronnie Sang Jr., da AoCubo: mais de 9 mil corretores e 80 mil unidades à venda no aplicativo (Foto: AoCubo/Divulgação)

Robôs no atendimento já são uma realidade comum – mas, agora, eles também o atenderão quando você estiver prestes a comprar a casa própria. A AoCubo desenvolveu uma tecnologia de atendimento que melhora a vida de quem busca o imóvel e do corretor, cansado do imenso volume de contatos sem intenção de compra.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A startup atraiu o interesse de investidores com experiência no ramo imobiliário. A AoCubo captou um aporte semente de R$ 1,2 milhão com nomes que incluem Simon Baker e Brian Requarth, cofundadores do portal Viva Real. Em 2017, o Viva Real se uniu ao Grupo ZAP, comprado recentemente por R$ 2,9 bilhões. A AoCubo usará seu investimento para investir em marketing, tecnologia, produto e expansão.

Ideia de negócio: aplicativo que facilita vida de corretores
A AoCubo foi criada pelos empreendedores Thais Cancian, Ronnie Sang Jr. e Luiz Perna. Thais fez carreira no setor imobiliário e sabia de suas dores e oportunidades. Já Sang tentou comprar um imóvel e passou por uma experiência negativa com corretores, após 12 anos estudando e trabalhando nos Estados Unidos.

“Via muita agressividade e desorganização. Os corretores empurravam imóveis que não faziam sentido para mim porque ganhavam uma comissão boa ou porque era o que tinham sua carteira”, diz Sang.

Os empreendedores criaram a AoCubo em 2017. Engenheiro e com carreira comercial, Perna cofundou o negócio e hoje atua como membro do conselho ao AoCubo.

Tradicionalmente, as incorporadoras listam imóveis em portais e cada corretor recebe uma enxurrada de contatos. Sem saber quais desses usuários realmente está em busca de um imóvel, o atendimento pode ser impaciente e de baixa qualidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O aplicativo da AoCubo também lista imóveis, mas tem um atendimento semiautomatizado integrado. Robôs proprietários começam a conversa com cada usuário e entendem pontos básicos, como que tipo de imóvel ele quer comprar e quanto dinheiro tem.

O usuário é repassado ao corretor apenas quando sua intenção de compra está mais clara – um processo conhecido como qualificação de leads na área de marketing e vendas.

A AoCubo tem 9,2 mil corretores cadastrados em seu aplicativo e conecta os mais adequados ao usuário, analisando histórico dos corretores em valor de imóveis vendidos e em qual região. Todos os corretores qualificados recebem o chamado do usuário, mas apenas quem responder primeiro ganha direito de conversa. O modelo é similar ao das corridas pelo aplicativo de mobilidade urbana Uber.

“Geramos um atendimento ágil e com corretores adequados ao usuário. Em troca, o profissional recebe um cliente mais qualificado. Entregamos uma nova experiência para as duas pontas da cadeia de imóveis”, diz Sang.

O corretor recebe essas oportunidades de maneira gratuita, assim como as incorporadoras cadastram os imóveis sem pagar nada. A AoCubo cobra sua comissão apenas quando a transação é fechada. Segundo a startup, entre 70% e 75% da comissão segue com o corretor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A AoCubo atua com 900 empreendimentos, totalizando 80 mil unidades de venda, na Grande São Paulo.

AoCubo: novo investimento e metas para 2020
Este não é o primeiro aporte feito na AoCubo. Antes da rodada atual de R$ 1,2 milhão, a startup já havia contado com recursos de investidores anjo e de uma rodada de equity crowdfunding pela plataforma Kria. O negócio captou R$ 2,6 milhões ao todo.

“Validamos o modelo e agora queremos expandir”, diz Sang. A AoCubo quase dobrou seu volume de vendas em 2019, com 95% de crescimento. Foram 326 unidades comercializadas. Para este ano, quer mais do que dobrar seu tamanho e chegar a 1.000 unidades vendidas.

Para bater a meta, planeja chegar ao interior de São Paulo, ao Rio de Janeiro e a Curitiba. A startup investirá mais em marketing e vendas, aumentando a captação de possíveis compradores e melhorando a tecnologia de qualificação desses usuários.

Também irá escalar a venda de financiamentos por meio do próprio corretor. Já foram 11 financiamentos concedidos por esse modelo, que usa a força de vendas já existente na AoCubo para manter o usuário no aplicativo – e facilita ainda mais a longa jornada pelo imóvel dos sonhos.

Leia mais