• Mariana Fonseca
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Max Oliveira, do MaxMilhas: empresa movimentou R$ 100 milhões no ano passado (Foto: Divulgação)

Max Oliveira, do MaxMilhas: startup teve de demitir 167 funcionários (Foto: Divulgação)

A Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, provocou uma onda de demissões em algumas startups. Elas incluem dois empreendimentos com anos de história e de saltos de crescimento: o unicórnio paulista de bem-estar Gympass e a startup mineira de turismo Max Milhas.

Gympass
O Gympass é um marketplace que conecta funcionários de 2 mil empresas a academias de diversos países. A startup é um unicórnio brasileiro, com avaliação de mercado acima de US$ 1 bilhão.

"O Gympass, como muitas outras empresas do mercado fitness, foi profundamente afetado pela Covid-19. Com a maioria das academias sendo obrigadas a fechar, e com cancelamentos por parte dos usuários, precisamos de algumas mudanças para cortar custos, o que incluiu a decisão mais difícil de todas: reduzir a nossa equipe", escreveu o Gympass em comunicado.

Recentemente, o unicórnio havia anunciado o lançamento de uma plataforma para que academias parceiras enfrentassem o fechamento dos estabelecimentos pela ordem de quarentena e colocassem aulas online.

O negócio anunciou um corte na sua equipe de "menos de 30%". O Gympass afirmou no comunicado que está "comprometido em apoiar todos os funcionários afetados, fornecendo indenizações, assistência médica prolongada, assistência na procura de emprego e acesso contínuo a um programa de assistência aos funcionários. Esta decisão foi tomada com extremo cuidado, e como último recurso."

MaxMilhas
O setor de turismo e viagens foi um dos mais afetados pela pandemia, que levou ao enxugamento em diversos empreendimento do ramo, sem data ainda certa para as receitas reaparecerem. A mais última afetada é a MaxMilhas. A startup mineira, criada há sete anos para mediar a compra e venda de milhas aéreas e facilitar o acesso a viagens, lamentou o corte de 42% da sua equipe nesta semana.

Em comunicado, a MaxMilhas afirma ter visto companhias aéreas reduzirem até 90% de suas operações. A perda potencial de receitas neste ano para aéreas do mundo todo seria de cerca de US$ 113 bilhões, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). "Esse cenário nebuloso se refletiu fortemente em nosso negócio. Tivemos uma queda brusca nas vendas de passagens ao longo do mês de março e grande parte dos voos comprados em nosso site estão sendo cancelados", escreve a startup mineira.

Em artigo na rede social LinkedIn, o fundador Max Oliveira relatou que o dia de cortes foi o mais difícil da sua vida. A Max Milhas cresceu sem captações externas nesses sete anos por conta de "um time realmente excepcional com capacidade de execução sem precedentes", disse Oliveira no texto. "Peço minhas sinceras desculpas. Fomos pegos por um cenário avassalador, principalmente para o setor de turismo. (...) As forças externas foram maiores do que minha capacidade humana e esforço para tentar evitar os impactos no nosso time."

Foram 167 funcionários desligados. A MaxMilhas está buscando medidas para minimizar o impacto das demissões: auxílio de custo, manutenção do plano de saúde e ajuda na recolocação estão sendo estudados. Já há uma lista com os profissionais à disposição do mercado. Outras startups já criam iniciativas para recontratar funcionários demitidos em diversas empresas nos últimos dias, como a Feedz Recoloca.

Sobre atendimento ao cliente, a MaxMilhas diz que continua automatizando processos em seu site e usando canais exclusivos de atendimento para cancelamentos e remarcações de passagens. "Acreditamos que este momento difícil vai passar e seguimos prontos para continuar tornando possíveis novas viagens e experiências", finalizou a startup mineira.